GRUPO:
Himad
Jorge Bernardone
Leo Amaral
Seja
através do imaginário popular, conduzido pelo histórico das construções e a
impossibilidade de uso dos subsolos devido a questões como umidade (MANUAIS DE
ESCOPO, 2016), ou considerando os conhecimentos práticos da porosidade comum aos
materiais da construção civil (GABRIOLI; THOMAZ, 2002), as infiltrações e
umidade excessiva dos subsolos é uma preocupação constante para projetos.
Entre
os problemas, constam: a água das chuvas tende a descer, ficando junto às áreas
de subsolo, o contato direto com a terra, lençóis freáticos ou inundações do
terreno. A parte, temos as possibilidades de ascensão de água por capilaridade.
Estes pontos deixam clara a necessidade de uma impermeabilização eficaz dos
subsolos a fim de evitar patologias sérias na edificação, com consequências
para o projeto em diversas disciplinas (GABRIOLI; THOMAZ, 2002).
Os
sistemas de impermeabilização que podem ser utilizados em subsolos são vários,
de eficácia e recomendação diferentes, geralmente com altos custos envolvidos.
Entretanto, é imperativo considerar que não só questões econômicas então em
jogo quando se decide o sistema a utilizar. Depois de concluída, o acesso a
alguns dos elementos construtivos será de extrema dificuldade, quando não impossível.
Desta forma, projetos e execuções de impermeabilização de subsolos devem ser
feitos com extremo cuidado e qualidade para atravessarem toda a vida útil da
edificação (GABRIOLI; THOMAZ, 2002).
CLASSIFICAÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO
Ao
considerar o subsolo, temos duas classificações básicas quanto à pressão
d’água: pressão positiva, quando é executada do lado de fora do muro de contenção e
em contato com o solo; pressão negativa, quando é feita na face
interior, oposto a região com solo.
Preferencialmente,
deve-se sempre executar impermeabilizações a pressão positiva, conforme Lonzetti
(2010). Nestes casos, podem-se usar sistemas flexíveis e o resultado final é um
subsolo invólucro, tendo assim um sistema mais hermético e seguro. Entretanto,
a impossibilidade de realizar tal sistema, não impede o uso de sistemas para
pressão negativa, que podem também ser eficazes e de extrema qualidade, quando
bem executados.
IMPERMEABILIZAÇÃO DE SUBSOLOS COM MANTA
ASFÁLTICA
Manta asfáltica
As mantas asfálticas
são produtos pré-fabricados, flexíveis, as quais possuem um estruturante
interno. Elas são obtidas por calandragem ou laminação e com características
definidas.
Tipos de Manta asfáltica
No Brasil podemos
encontrar mantas asfálticas com armadura de poliéster não tecido, com alma de
polietileno e composta com PVC. O mercado brasileiro dispõe de bobinas de 10 m
de comprimento por 1 m de largura, podendo ter espessuras variando entre 2 a 5
mm.
Fabricantes e marcas
O
mercado brasileiro conta com uma variedade de fabricantes e marcas, as quais
estão disponíveis para cada tipo de projeto. A fabricante Viapol possui as
seguintes marcas: Mantas Asfálticas Viapol, Mantas Asfálticas
Torodin, Mantas Asfálticas Premium, Mantas Asfálticas Classic
e Mantas Asfálticas Viaflex. Há a Fabricante Membraflex com as Marcas
Manta Asfáltica Megaflex, Manta Asfáltica Megaflex GEOTRANS e Manta Asfáltica
Premium.
A Manta Asfáltica
Viapol Laje Glass 3 mm, em rolo de 10 m² custa R$ 159,90. Desta forma,
considerando-se apenas o material, temos um custo de R$ 15,99 /m².
Função da Manta Asfáltica
A função da
impermeabilização com pressão positiva é evitar infiltrações nos subsolos, além
de proteger a estrutura da degradação promovida pela ação da água.
Características
1.
Estabilidade
térmica e dimensional;
2.
Alta
resistência aos esforços mecânicos;
3.
Elevada
flexibilidade;
4.
Alta
resistência ao puncionamento estático e dinâmico;
5.
Ampla
faixa de resistência à temperatura;
6.
Alta
resistência à fadiga mecânica e
7.
Elevada
durabilidade.
Execução
Preparação
da superfície
Deve-se,
inicialmente, cortar as pontas remanescentes de vergalhões de aço além das
correções da superfície necessárias. Deve-se realizar a limpeza das
superfícies. Após limpa e preparada, executa-se sobre a superfície uma camada
de regularização com argamassa de areia e cimento no traço 1:3 (espessura
mínima de 2 cm). Realizar o arredondamento dos cantos e arestas, como também,
as tubulações emergentes devem ser adequadamente chumbadas.
Aplicação
O
substrato deve estar seco para receber a imprimação. Aguardar o período de
secagem recomendado pelo fabricante antes do início da impermeabilização. A
aplicação de mantas asfálticas é por colagem com asfalto a quente ou com
maçarico a gás. No processo com asfalto a quente, aplica-se uma camada de
asfalto aquecido a uma temperatura entre 180°C e 220°C (dependendo das
características do asfalto utilizado), com auxílio de um espalhador.
Posteriormente, adere-se a manta sobre a camada de asfalto, sendo que a mesma
deve ser pressionada sobre o asfalto quente para fundir as duas partes. A
sobreposição entre as mantas deve ter no mínimo 10 cm e o selamento das emendas
deve ser executado com banho de asfalto. No processo de colagem com o uso do
maçarico deve-se direcionar a chama para aquecer de forma simultânea a parte
inferior da bobina (queima dos filmes antiaderentes de polietileno) e a
superfície imprimada. Durante a colagem, é importante pressionar a manta do
centro para as bordas, evitando assim, eventuais bolhas de ar. As emendas entre
as mantas devem ter no mínimo 10 cm de sobreposição. Para garantir o selamento
entre as mesmas, derrete-se a extremidade da manta superior com uma colher de
pedreiro de pontas arredondadas aquecida, formando um chanfro junto à manta
inferior.
Proteção
mecânica
Absorve
e dissipa os esforços estáticos ou dinâmicos que atuam por sobre a camada
impermeável, protegendo-a contra a ação deletéria destes esforços. Aplica-se
sobre a manta um chapisco de cimento e areia com traço volumétrico 1:3, para
aderência da camada de argamassa de cimento e areia com traço volumétrico 1:4,
em áreas verticais armadas com tela metálica galvanizada. Após a cura da camada
de proteção, as valas que abrigam os elementos de fundação são cuidadosamente
cobertas com solo. Em subsolos imersos sujeitos a pressão freática, fazer a
construção de uma parede de alvenaria em tijolo cerâmico para que a
impermeabilização não seja danificada durante o assentamento da parede, é
importante realizar a aplicação de um chapisco (cimento e areia traço
volumétrico 1:2). Fazer o reaterro em etapas, à medida que se constrói a
parede, faz-se o reaterro até uma altura de 10 cm abaixo da parede de proteção.
Drenagem
O
projeto de impermeabilização deverá ser complementado por um projeto de
drenagem, o qual é necessário para subsolos. A cota do último subsolo deverá
estar acima do nível do lençol freático, caso não ocorra, prever uma laje de
subpressão.
Detalhe de Execução
Figura 1: Corte esquemático com impermeabilização externa
Na
figura acima o filtro, a brita e o dreno representam o projeto de drenagem, o
qual deve acompanhar o projeto de impermeabilização com pressão positiva.
A
barreira estanque representa a impermeabilização feita com manta asfáltica, e a
esquerda, encontra-se o muro de arrimo.
IMPERMEABILIZAÇÃO DE
SUBSOLOS COM CIMENTO POLIMÉRICO
Cimento polimérico
O
cimento polimérico é um revestimento impermeável rígido. É um material
bicomponente a base de cimentos especiais, agregados minerais inertes e
polímeros que forma uma película impermeável. É um sistema de excelente
aderência a estruturas de concreto, alvenaria e argamassas. Ele suporta
movimentações normais da estrutura, mas não pode ser aplicada em peças sujeitas
a fissuração.
Fabricantes e marcas
Dentre
as opções de aditivos disponíveis para cimento polimérico no mercado
brasileiro, temos as oferecidas pela Sika (Sika
1, ImperSika - líquido e em pó) e
as oferecidas pela Texsa (Plastop-Graut,
Stop 1 – líquido e em pó – Stop 2 e Stop 11).
O
aditivo Sika 1, em balde de 18 litros é encontrado com valor de R$ 81,90. O
consumo é de 200 ml/m²/cm de espessura. Considerando as camadas a serem usadas,
temos um custo de aproximadamente R$ 0,90 / m² de aditivo. Não é considerado
aqui, o valor da argamassa misturado, além da alvenaria que será incluída.
Função do Cimento Polimérico
Utiliza-se
impermeabilização com pressão negativa quando não tenha sido feito um projeto
de impermeabilização pelo sistema de invólucro externo ou impossibilidade de
acesso devido ao método construtivo. Quando a edificação começa a apresentar
patologias após o uso, também se utiliza este tipo de impermeabilização pelo
lado interno.
Características
1.
Excelente
aderência a estruturas de concreto, alvenaria e argamassas;
2.
Resistente
a altas pressões hidrostáticas;
3.
Não
altera a potabilidade da água;
4.
Pode ser
estruturado com tela de poliéster ou náilon;
Preparação
da superfície
Para o caso de paredes diafragma, recomenda-se o
jateamento de água e escovação com escova de aço, para retirada de toda a
argila restante. Verificar possíveis falhas e saliências e fazer a correção.
Utiliza-se argamassa com cimento e areia (traço volumétrico de 1:3) amassada
com solução de água e emulsão adesiva. Executar o chapisco em toda a área que
receberá a impermeabilização. Depois de concluído o chapisco, aplicar uma
camada de argamassa de cimento, areia e hidrófugo (1:3:0,01). Repetir a
aplicação por mais uma vez e fazer cura úmida por três dias. Deve-se aguardar
um período de 10 dias para secagem da superfície para o início da aplicação da
impermeabilização. O processo descrito acima vale para contenções de concreto,
exceto o jateamento de água que não se faz necessário.
Aplicação
A
superfície que receberá a impermeabilização deve estar umedecida, mas não
saturada. Faz-se a aplicação com desempenadeira metálica, vassoura de pelo ou
trincha. Duas a quatro camadas são aplicadas em sentido cruzado ou como
definido em projeto sobre a superfície de concreto com intervalo de 2 a 6 horas
entre a aplicação para que se conclua a secagem da camada (depende da
temperatura do ambiente). Em caso de locais expostos ao Sol, realizar
hidratação da argamassa polimérica por pelo menos 72 horas. Em pontos críticos
e em juntas, utilizar telas de náilon ou poliéster como reforço, após a
primeira camada. O consumo médio de aplicação é de 2 a 4 kg/m², sendo
aproximadamente 1 kg/m² por camada.
Proteção
mecânica
Aplica-se sobre a camada impermeabilizante um
chapisco de cimento e areia com traço volumétrico de 1:2. Executar parede de
alvenaria cerâmica com argamassa de cimento e areia. Preencher com argamassa de
assentamento os vazios entre a alvenaria e a contenção. Depois de concluído o
processo de construção da alvenaria e com esta já seca, suspender o
rebaixamento do lençol freático, caso tenha sido rebaixado para execução.
Drenagem
Devido
à impossibilidade de acesso ao lado do aterro, não se executa projeto de
drenagem.
Detalhe
de execução
Abaixo,
segue um corte parcial e detalhamento de uma área de subsolo com
impermeabilização através de argamassa polimérica, a pressão negativa:
Figura 2: Corte esquemático do subsolo
Figura 3: Detalhamento da
impermeabilização por revestimento de argamassa polimérica
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
MANUAIS DE ESCOPO. Impermeabilização
de Subsolos. 2013.
Disponível em: <http://www.manuaisdeescopo.com.br/News/2013/07/22/Impermeabilizacao-de-Subsolos>.
Acesso em: 23 maio 2016.
GABRIOLI, Jefferson;
THOMAZ, Ercio. Impermeabilização de fundações e
subsolos. 2002.
Disponível em: <http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/impermeabilizacao-de-fundacoes-e-subsolos-80712-1.aspx>.
Acesso em: 23 maio 2016.
LONZETTI, F. B. Impermeabilizações
em Subsolos de Edificações Residenciais e Comerciais. 2010. 59f. Trabalho
de diplomação (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia
Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário