quarta-feira, 1 de junho de 2016

IMPERMEABILIZAÇÃO DE SUBSOLOS

GRUPO:
Himad
Jorge Bernardone
Leo Amaral

Seja através do imaginário popular, conduzido pelo histórico das construções e a impossibilidade de uso dos subsolos devido a questões como umidade (MANUAIS DE ESCOPO, 2016), ou considerando os conhecimentos práticos da porosidade comum aos materiais da construção civil (GABRIOLI; THOMAZ, 2002), as infiltrações e umidade excessiva dos subsolos é uma preocupação constante para projetos.
Entre os problemas, constam: a água das chuvas tende a descer, ficando junto às áreas de subsolo, o contato direto com a terra, lençóis freáticos ou inundações do terreno. A parte, temos as possibilidades de ascensão de água por capilaridade. Estes pontos deixam clara a necessidade de uma impermeabilização eficaz dos subsolos a fim de evitar patologias sérias na edificação, com consequências para o projeto em diversas disciplinas (GABRIOLI; THOMAZ, 2002).

Os sistemas de impermeabilização que podem ser utilizados em subsolos são vários, de eficácia e recomendação diferentes, geralmente com altos custos envolvidos. Entretanto, é imperativo considerar que não só questões econômicas então em jogo quando se decide o sistema a utilizar. Depois de concluída, o acesso a alguns dos elementos construtivos será de extrema dificuldade, quando não impossível. Desta forma, projetos e execuções de impermeabilização de subsolos devem ser feitos com extremo cuidado e qualidade para atravessarem toda a vida útil da edificação (GABRIOLI; THOMAZ, 2002).

CLASSIFICAÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO
Ao considerar o subsolo, temos duas classificações básicas quanto à pressão d’água: pressão positiva, quando é executada do lado de fora do muro de contenção e em contato com o solo; pressão negativa, quando é feita na face interior, oposto a região com solo.
Preferencialmente, deve-se sempre executar impermeabilizações a pressão positiva, conforme Lonzetti (2010). Nestes casos, podem-se usar sistemas flexíveis e o resultado final é um subsolo invólucro, tendo assim um sistema mais hermético e seguro. Entretanto, a impossibilidade de realizar tal sistema, não impede o uso de sistemas para pressão negativa, que podem também ser eficazes e de extrema qualidade, quando bem executados.

IMPERMEABILIZAÇÃO DE SUBSOLOS COM MANTA ASFÁLTICA

Manta asfáltica
As mantas asfálticas são produtos pré-fabricados, flexíveis, as quais possuem um estruturante interno. Elas são obtidas por calandragem ou laminação e com características definidas.

Tipos de Manta asfáltica
No Brasil podemos encontrar mantas asfálticas com armadura de poliéster não tecido, com alma de polietileno e composta com PVC. O mercado brasileiro dispõe de bobinas de 10 m de comprimento por 1 m de largura, podendo ter espessuras variando entre 2 a 5 mm.

Fabricantes e marcas
O mercado brasileiro conta com uma variedade de fabricantes e marcas, as quais estão disponíveis para cada tipo de projeto. A fabricante Viapol possui as seguintes marcas: Mantas Asfálticas Viapol, Mantas Asfálticas Torodin, Mantas Asfálticas Premium, Mantas Asfálticas Classic e Mantas Asfálticas Viaflex. Há a Fabricante Membraflex com as Marcas Manta Asfáltica Megaflex, Manta Asfáltica Megaflex GEOTRANS e Manta Asfáltica Premium.
A Manta Asfáltica Viapol Laje Glass 3 mm, em rolo de 10 m² custa R$ 159,90. Desta forma, considerando-se apenas o material, temos um custo de R$ 15,99 /m².

Função da Manta Asfáltica
A função da impermeabilização com pressão positiva é evitar infiltrações nos subsolos, além de proteger a estrutura da degradação promovida pela ação da água.

Características
1.    Estabilidade térmica e dimensional;
2.    Alta resistência aos esforços mecânicos;
3.    Elevada flexibilidade;
4.    Alta resistência ao puncionamento estático e dinâmico;
5.    Ampla faixa de resistência à temperatura;
6.    Alta resistência à fadiga mecânica e
7.    Elevada durabilidade.
Execução

Preparação da superfície
Deve-se, inicialmente, cortar as pontas remanescentes de vergalhões de aço além das correções da superfície necessárias. Deve-se realizar a limpeza das superfícies. Após limpa e preparada, executa-se sobre a superfície uma camada de regularização com argamassa de areia e cimento no traço 1:3 (espessura mínima de 2 cm). Realizar o arredondamento dos cantos e arestas, como também, as tubulações emergentes devem ser adequadamente chumbadas.

Aplicação
O substrato deve estar seco para receber a imprimação. Aguardar o período de secagem recomendado pelo fabricante antes do início da impermeabilização. A aplicação de mantas asfálticas é por colagem com asfalto a quente ou com maçarico a gás. No processo com asfalto a quente, aplica-se uma camada de asfalto aquecido a uma temperatura entre 180°C e 220°C (dependendo das características do asfalto utilizado), com auxílio de um espalhador. Posteriormente, adere-se a manta sobre a camada de asfalto, sendo que a mesma deve ser pressionada sobre o asfalto quente para fundir as duas partes. A sobreposição entre as mantas deve ter no mínimo 10 cm e o selamento das emendas deve ser executado com banho de asfalto. No processo de colagem com o uso do maçarico deve-se direcionar a chama para aquecer de forma simultânea a parte inferior da bobina (queima dos filmes antiaderentes de polietileno) e a superfície imprimada. Durante a colagem, é importante pressionar a manta do centro para as bordas, evitando assim, eventuais bolhas de ar. As emendas entre as mantas devem ter no mínimo 10 cm de sobreposição. Para garantir o selamento entre as mesmas, derrete-se a extremidade da manta superior com uma colher de pedreiro de pontas arredondadas aquecida, formando um chanfro junto à manta inferior.

Proteção mecânica
Absorve e dissipa os esforços estáticos ou dinâmicos que atuam por sobre a camada impermeável, protegendo-a contra a ação deletéria destes esforços. Aplica-se sobre a manta um chapisco de cimento e areia com traço volumétrico 1:3, para aderência da camada de argamassa de cimento e areia com traço volumétrico 1:4, em áreas verticais armadas com tela metálica galvanizada. Após a cura da camada de proteção, as valas que abrigam os elementos de fundação são cuidadosamente cobertas com solo. Em subsolos imersos sujeitos a pressão freática, fazer a construção de uma parede de alvenaria em tijolo cerâmico para que a impermeabilização não seja danificada durante o assentamento da parede, é importante realizar a aplicação de um chapisco (cimento e areia traço volumétrico 1:2). Fazer o reaterro em etapas, à medida que se constrói a parede, faz-se o reaterro até uma altura de 10 cm abaixo da parede de proteção.

Drenagem
O projeto de impermeabilização deverá ser complementado por um projeto de drenagem, o qual é necessário para subsolos. A cota do último subsolo deverá estar acima do nível do lençol freático, caso não ocorra, prever uma laje de subpressão.



Detalhe de Execução

Figura 1: Corte esquemático com impermeabilização externa



Na figura acima o filtro, a brita e o dreno representam o projeto de drenagem, o qual deve acompanhar o projeto de impermeabilização com pressão positiva.
A barreira estanque representa a impermeabilização feita com manta asfáltica, e a esquerda, encontra-se o muro de arrimo.

IMPERMEABILIZAÇÃO DE SUBSOLOS COM CIMENTO POLIMÉRICO

Cimento polimérico
O cimento polimérico é um revestimento impermeável rígido. É um material bicomponente a base de cimentos especiais, agregados minerais inertes e polímeros que forma uma película impermeável. É um sistema de excelente aderência a estruturas de concreto, alvenaria e argamassas. Ele suporta movimentações normais da estrutura, mas não pode ser aplicada em peças sujeitas a fissuração.

Fabricantes e marcas
Dentre as opções de aditivos disponíveis para cimento polimérico no mercado brasileiro, temos as oferecidas pela Sika (Sika 1, ImperSika - líquido e em pó) e as oferecidas pela Texsa (Plastop-Graut, Stop 1 – líquido e em pó – Stop 2 e Stop 11).
O aditivo Sika 1, em balde de 18 litros é encontrado com valor de R$ 81,90. O consumo é de 200 ml/m²/cm de espessura. Considerando as camadas a serem usadas, temos um custo de aproximadamente R$ 0,90 / m² de aditivo. Não é considerado aqui, o valor da argamassa misturado, além da alvenaria que será incluída.


Função do Cimento Polimérico
Utiliza-se impermeabilização com pressão negativa quando não tenha sido feito um projeto de impermeabilização pelo sistema de invólucro externo ou impossibilidade de acesso devido ao método construtivo. Quando a edificação começa a apresentar patologias após o uso, também se utiliza este tipo de impermeabilização pelo lado interno.

Características
1.    Excelente aderência a estruturas de concreto, alvenaria e argamassas;
2.    Resistente a altas pressões hidrostáticas;
3.    Não altera a potabilidade da água;
4.    Pode ser estruturado com tela de poliéster ou náilon;

Execução
Preparação da superfície
Para o caso de paredes diafragma, recomenda-se o jateamento de água e escovação com escova de aço, para retirada de toda a argila restante. Verificar possíveis falhas e saliências e fazer a correção. Utiliza-se argamassa com cimento e areia (traço volumétrico de 1:3) amassada com solução de água e emulsão adesiva. Executar o chapisco em toda a área que receberá a impermeabilização. Depois de concluído o chapisco, aplicar uma camada de argamassa de cimento, areia e hidrófugo (1:3:0,01). Repetir a aplicação por mais uma vez e fazer cura úmida por três dias. Deve-se aguardar um período de 10 dias para secagem da superfície para o início da aplicação da impermeabilização. O processo descrito acima vale para contenções de concreto, exceto o jateamento de água que não se faz necessário.

Aplicação
A superfície que receberá a impermeabilização deve estar umedecida, mas não saturada. Faz-se a aplicação com desempenadeira metálica, vassoura de pelo ou trincha. Duas a quatro camadas são aplicadas em sentido cruzado ou como definido em projeto sobre a superfície de concreto com intervalo de 2 a 6 horas entre a aplicação para que se conclua a secagem da camada (depende da temperatura do ambiente). Em caso de locais expostos ao Sol, realizar hidratação da argamassa polimérica por pelo menos 72 horas. Em pontos críticos e em juntas, utilizar telas de náilon ou poliéster como reforço, após a primeira camada. O consumo médio de aplicação é de 2 a 4 kg/m², sendo aproximadamente 1 kg/m² por camada.

Proteção mecânica
Aplica-se sobre a camada impermeabilizante um chapisco de cimento e areia com traço volumétrico de 1:2. Executar parede de alvenaria cerâmica com argamassa de cimento e areia. Preencher com argamassa de assentamento os vazios entre a alvenaria e a contenção. Depois de concluído o processo de construção da alvenaria e com esta já seca, suspender o rebaixamento do lençol freático, caso tenha sido rebaixado para execução.

Drenagem
Devido à impossibilidade de acesso ao lado do aterro, não se executa projeto de drenagem.

Detalhe de execução
Abaixo, segue um corte parcial e detalhamento de uma área de subsolo com impermeabilização através de argamassa polimérica, a pressão negativa:

Figura 2: Corte esquemático do subsolo


Figura 3: Detalhamento da impermeabilização por revestimento de argamassa polimérica


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MANUAIS DE ESCOPO. Impermeabilização de Subsolos. 2013. Disponível em: <http://www.manuaisdeescopo.com.br/News/2013/07/22/Impermeabilizacao-de-Subsolos>. Acesso em: 23 maio 2016.

GABRIOLI, Jefferson; THOMAZ, Ercio. Impermeabilização de fundações e subsolos. 2002. Disponível em: <http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/impermeabilizacao-de-fundacoes-e-subsolos-80712-1.aspx>. Acesso em: 23 maio 2016.


LONZETTI, F. B. Impermeabilizações em Subsolos de Edificações Residenciais e Comerciais. 2010. 59f. Trabalho de diplomação (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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